Game of Thrones S08E03 – Reclamar de quê?
“A Batalha dos Mortos”.
Era isso que o terceiro episódio, da oitava e última temporada de Game of Thrones, prometia desde o início. O nome foi divulgado e as especulações foram alimentadas por nós, meros mortais.
O que estou reclamando aos quatro ventos ouvindo por aí, é que:
- A baixa iluminação dificultou nossa compreensão dos acontecimentos;
- Estávamos perdidos em cenas cortadas rapidamente, não compreendendo se personagens estavam mortos ou não;
- Não conseguíamos nos orientar por conta de enquadramentos tão próximos e rápidos;
- Ficamos inconformados com as atitudes de alguns, por deixar seus companheiros que morram, ao invez de salva-los.
Pois bem, o que estou tentando colocar em meu coração e explicar para quem lê este artigo, é que isso se chama GUERRA e que as nossas impressões são exatamente as mesmas de quem estava lá, batalhando junto a milhares de combatentes.
A baixa iluminação pode ter dois motivos. O primeiro seria o narrativo, onde faria todo o sentido estar mais escuro as noites com a chegada no inverno e, principalmente com o representante em pessoa desta estação. O segundo motivo é técnico, onde o orçamento é “menos caro” com fundos desfocados ou obstruídos por fumaça, tempestade de areia, nevasca ou pela própria escuridão.
Temos assim, todo um contexto para que o episódio seja escuro (confesso que até tentei procurar o nome de Zack Snyder nos créditos), mas e os takes frenéticos, tem alguma desculpa pra isso?
O fato é que, temos vários personagens em cena e cada um, num âmbito diferente. Começamos o episódio com Samwell Tarly, um homem comum entre cavaleiros, nobres destemidos e soldados que não temem a morte. Sam estava indeciso em quais dos rumos tomaria, e mesmo quando chega na linha de frente da batalha, ainda não sabe se ali é seu lugar.
A opção de colocar Tarly como o primeiro a ser mostrado é para que ele possa narrar, de maneira indireta, a ambientação do local. Através da perspectiva dele, vemos a tensão entre as pessoas e seus semblantes pesados, nos colocamos nesta situação a partir daí, por temos Sam como referência. Quando a batalha começa, estamos tão soterrados de informação, quanto Sam, de zumbis.
A batalha acontece frente os pontões, sob a muralha, em seguida dentro da fortaleza e em seus cômodos, personagens recuam e se espalha e aí, no cada um por si, é que tentamos entender o que esta acontecendo de uma forma geral.
Algumas coisa realmente não podem ser explicadas, ou tentam ser e acabam falhando. Perdemos os Dothrakis em instantes, onde não se viu e nem ouviu nada. Foi como se eles se afogassem num mar de mortos (quem entendeu, entendeu), me pergunto como isso foi possível se o fogo tem o poder de matar os caminhantes e TODAS AQUELAS ESPADAS ESTAVAM EM CHAMAS. O porquê de não recuar eu até entendo, pois morrer faz parte da cultura deles.
Entre outros pormenores, o roteiro é tolerável, até porque, o que realmente queríamos ver nesse episódio é o pau torando. Queríamos fogo e sangue. Mas alguns detalhes nos chamam a atenção, como o frio ser tão intenso que apaga o fogo das flechas, ou a adaga de aço Valiriano ser dada à Arya, por Bran. Enfim, tantas coisas que, se começasse a cita-las, teria mais 4.00 palavras neste texto.
Tudo o que pode ser considerado defeito ou furo, foi desconsiderado quando Arya alcançou o abdômen do NightKing e Sor. Jorah morrendo aos braços de sua eterna amiga e amor verdadeiro. Enfim, Winterfel sobreviveu a Batalha dos Mortos e agora, se prepara para conquistar o que é seu, por direito.
Um detalhe importante é que “Batalha dos Mortos” era o nome divulgado deste último episódio, mas no momento da transmissão, seu nome foi apresentado como “A Longa Noite” e, onde se podia saber o nome dos outros três episódios, foi apagada a informação.
O que esperar agora? Como acabará essa serie que marcou nossos corações e alma? O que teremos a seguir com o Spin-off?
Essas são as dúvidas que são respondidas com dor e tristeza, nas próximas semanas.
“…E o Inverso veio e caiu sobre os lobos de Winterfell”.