A Hora do Lobisomem – Review

“Bailam corujas e pirilampos, entre os sacis e as fadas. E lá no fundo azul, na noite da floresta, a lua iluminou a dança, a roda, a festa… vira homem, vira Lobisomem! ”

Como apreciado na inteligência popular acima, os metamorfos estão arraigados na história e cultura humana.  Você pode percorrer o mundo, e facilmente encontrará seres que mudam sua forma de maneira incontrolada (maldição) ou propositalmente (dádiva).

 

 

Assim, não é de se estranhar, que o Rei da literatura de suspense e horror, Stephen King, tenha se embrenhado em 1983 nesta criatura originária da mitologia grega, com o livro A Hora do Lobisomem (título original – Cycle of the Werewolf).

Em janeiro, na primeira Lua Cheia do ano, a pequena cidade de Tarker’s Mill (Maine) recebe de braços abertos A criatura, o que parecia ser um contratempo com animais em janeiro, se repete na lua cheia de fevereiro, e subsequentemente, trazendo fofocas de mitos e de um possível assassino em série.

A Hora do Lobisomem é o livro mais simples que já li do Stephen King, bem diferente daquela escrita carregada de detalhes e personalidades que é bem típica do autor. Mas não se enganem, isso não torna este livro ruim. Com doze capítulos, a estrutura é mais parecida com uma antologia. King diverge de outros autores, e possibilita o surgimento do Lobisomem uma noite ao mês, apenas no ápice da Lua Cheia. É nesse interim que as coisas se tornam interessantes, pois cada mês apresenta um personagem novo, uma noite de lua cheia nova e uma data específica americana (livremente adaptado pelo que o próprio King específica), vindo em um crescente pelos meses, tendo seu Grand Finale no Revèillon.

 

 

Assim como diversas outras obras do autor, a esperança vem dos menos privilegiados, ou daqueles que a própria vida em si se tornou uma batalha diária. É interessante esse aspecto utilizado, onde nossos heróis não são o arquétipo da perfeição, mas gozam das maiores mazelas da vida, e enfrentam seus monstros, como enfrentam cada novo raiar do sol.

A edição brasileira publicada pela Editora Suma das Letras faz parte da Coleção Biblioteca Stephen King, que traz os clássicos e também os esgotados do autor (com seis volumes publicados até o momento: O Iluminado, A Hora do Lobisomem, Cujo, A Metade Sombria, A Incendiária, Trocas Macabras). Em capa dura, com as ilustrações originais do quadrinista e co-criador do Monstro do Pântano, Bernie Wrightson, e com uma galeria de artistas brasileiros convidados.

O livro também possui uma adaptação cinematográfica lançada em 1985 sob o nome de Bala de Prata.

 

Ficha Técnica:
A Hora do Lobisomem
Stephen King
Editora Suma das Letras
Capa dura, 152 páginas.

 

Não é uma obra prima, mas merece muito ser visitado: