(des)Encanto e o suspense vazio
Eae pessoal tranquilo? Faz tempo que não apareço por aqui, mas estou de volta e vamos falar hoje do Matt Groening aka o criador de Simpsons, Futurama e agora (des) Encanto, exclusivo do serviço de streaming da letrona vermelha lá (#paganoiz).
Eu não tava com muita esperança pra essa série não, apesar de todos os trabalhos de Groening serem de certa forma parecidos, no sentido de construção de roteiros e episódios, e não ter me decepcionado de maneira geral com nenhum deles, mas de toda forma me soava como mais do mesmo.
Felizmente eu me enganei, Desencanto (vou usar essa forma, pra não encher de um milhão de parênteses no texto) pode ser colocado numa linha do tempo como um show medieval, enquanto Os Simpsons um contemporâneo e Futurama, como diz o nome, futuro, rs. A mais recente porém, por ser sucessora de trabalhos anteriores de sucesso, fez o nome antes do “merecimento” per se, o que ao meu ver acarretou em duas consequências: uma boa, pois os criadores tiveram um lastro, como disse ali em cima que credibilizou espectadores, independente da qualidade (inclusive, muita coisa na Netflix tem se valido dessa premissa). E uma ruim, esperávamos que o desenvolvimento da série fosse a mesma que em suas irmãs mais velhas.
De forma geral as duas partes, a primeira principalmente, ao mesmo tempo que são dispersas e até procedurais, possuem um pano de fundo muito bom que vai lentamente se desdobrando, obrigando o espectador a ceder o tão cobiçado “watch time” que a xilften tanto preza, de certa maneira parece até intencional, os cliffhangers dos finais das partes um e dois se conectam, porém o caminho para esses “finales” são totalmente opostos, tal qual um misto quente com Nutella.
A animação não deixa de ser engraçada com alfinetadas medievais à costumes modernos, referencias a religiosidades e costumes sociais, bem característicos e que já vimos em outros contextos, com Futurama, por exemplo, que aqui são reformulados para caber à metáfora. Os personagens são bem desenvolvidos logo no início e geram fácil empatia. Apesar de ter uma cara de subproduto genérico que foi escrito por AI’s para segurar o assinante na tela, Desencanto vale a pena para dar umas risadas e refletir sobre nossa sociedade sem nem perceber.
Brincando com o elenco principal, a animação Original merece seus 3 Mother Focker medievais, um ingenuo e bonzinho, outro endiabrado e infernal, finalizando com o ultimo, que nunca prometeu nada pra ninguém e que esta com a consciência tranquila por não ter decepcionado.