WestWorld: O mundo de Michael Crichton, Asimov, Platão e Sergio Leone
Cotada para substituir Game of Thrones e conquistar os fãs de ficção cientifica, WestWorld teve sua estreia marcante no dia 02 de Outubro de 2016 na HBO.
Baseada na obra de Michael Crichton e adaptada com um roteiro ambicioso redigido por Lisa Joy e o seu marido Jonathan Nolan, que dirigiu o episodio piloto, e produção de J.J Abrams de Lost, Star Trek e Star Wars VII, WestWorld quer se tornar um obra de ficção marcante para sua época e para a posteridade, não a toa se apega a seus idealizadores, que já no inicio da serie mostram as suas identidades visuais.
Com um elenco receado de nomes importantes e talentosos como Evan Rachel Wood (O Lutador), Anthony Hopkins (Hannibal), Ed Harris (Os Eleitos) e o brasileiro Rodrigo Santoro (Carandiru), WestWorld é um lençol de retalhos de diversos conceitos científicos e filosóficos. Nota-se como o mito da caverna de Platão, os filmes de Sergio Leone e os contos de Isaac Asimov estão ali na serie, a referencia ao conto Sonhos de Robô é nítido logo no inicio.
Um conceito que gosto muito são os filmes westerns, quem me acompanha no PodGeekCast sabe que Sergio Leone é o meu diretor favorito nesse gênero no cinema e que a trilogia dos Dólares é a que mais cito como referencia de uma boa história contada. Mas apenas esses sentimentos não bastam para que eu me apegue a filmes e séries que abordam esses temas, tem que haver um “algo a mais”. E pra mim WestWorld tem esse a mais.
A estética da serie é sem duvida perfeita, como fã de fotografia em seriados que sou gosto quando a cena, às vezes sem um único dialogo ou narrativa de fundo, consegue passar profundidade ao personagem, transmitir sentimentos ou em certos momentos, trazer uma visão mais ampla do universo que vamos acompanhar.
O simbolismo da serie também é seu ponto forte, desde a inocência ou ate mesmo a remota alusão a uma criança interna que os “anfitriões” nos passam, a sutileza dos seus movimentos, a falta de vida de alguns, o exagero de vida em outros e a interação entre os visitantes e os que já habitam esse universo há muito tempo, só demonstram que a serie veio bem preparada, do roteiro ate as atuações.
Confesso que há elementos muito fáceis de serem lidos, mas isso não me fez achar o piloto ruim, ele apresenta os personagens principais e secundários com tramas envolventes desde o começo. A serie quer ser ambiciosa e marcante desde o inicio, não apelando de maneira alguma, pois cada detalhe, fala, postura, imagem e interação de maneira alguma é gratuita, tudo tem um significado, ou no inicio do episodio ou no final.
O piloto é completo por si só como narrativa, deixa um gancho para os próximos episódios, que com certeza fará você acompanhar cada instante ansioso e fazer conjecturas de quais serão os desdobramentos que a serie fará, e como a Dolores, entrar nesse mundo novo e fantástico e ver mais do esplendor da natureza de WestWorld.