Onde esta Mulher Maravilha no Oscar 2017

A 90ª cerimônia da premiação aos indicados ao Oscar será realizada em Março, no dia 4. E as estrelas que concorrem como o melhor de cada categoria foram apresentadas ontem (23/01). As premiações vão desde melhor roteiro, adaptado e original, trilha sonora e canção, ator e atriz, mixagem e edição de som, animação, curta e documentário, além de melhor diretor e filme. Para a alegria dos Geeks, as produções NERDS não ficaram de fora e reservaram varias poltronas com seus nome e trabalhos.

Mas, porém, entretanto, todavia, contudo… Uma grande produção ficou de fora, longe da vista daqueles velhos rabugentos adoradores do “Cinema Arte”. Mulher Maravilha, dirigido por Patty Jenkins, lançado em Junho e estrelando Gal Gadot e Chris Pine foi um marco no ano de 2017, seu roteiro mostra o poder feminino em uma época machista (não que hoje deixou de ser), mostra os horrores da guerra e também o poder da corrupção sobre os oprimidos, tem a clássica “Jornada do Herói” e com mensagens a serem refletidas e filosofadas. Além, é claro, de cenas em Slow Motion.

Mostra, talvez, o personagem mais rico em background, com sua origem dinâmica e que não cansa o primeiro ato, o efeito visual e o cenario não romantizam nem poetizam Londres, o filme apresenta uma cidade suja e desorganizada, perigosa e violenta para damas e senhoritas andarem sozinhas entre carros e carruagens, contraste perfeito para Themyscira, uma ilha isolada da humanidade, habitada apenas por mulheres, as amazonas, fruto dos deuses que vivem unicamente e eternamente para treinar e gladiar umas contra as outras. A diplomacia é mostrada de uma maneira falha e quando o roteiro mostra a guerra, homens viram crianças mimadas que só sabem atirar e subestimar o poder de uma mulher. Principalmente se ela segura um projétil com as mãos.

Ares, interpretado por Davis Thewlis, estaria representando o símbolo da guerra, onde pela lógica seria apenas mata-lo e estaria tudo bem, com o passar dos minutos do filme, entendemos também que é a Princesa Diana -e não a sua espada- a arma letal para os deuses ainda vivente. Só que o último diálogo entre os dois mostra que Ares era o tempo todo Sir Patrick Morgan, um membro do conselho a favor da paz e que apresenta um armistício com a Alemanha, que incentiva a motivação de nossa heroína a ir ao centro de toda calamidade da guerra. Mas incentivou também aos alemães a serem tão cruéis e desumanos, incentivou as ideias de experimentos letais com armas biológicas e reagentes químicos, assim como incentivou a fabricação de equipamentos bélicos cada vez mais sofisticados e mortais, como metralhadoras e bombas em aviões (gênio), tudo isso implantando ideias e inspirações para quem poderia alimenta-lo com terror e desgraça. Ares promove a guerra enquanto manifesta a paz, com uma imagem política e diplomática. Bem como podemos ter na nossa frente e não percebemos.

O filme tem um aspecto lindo e visionário que pode ser, muito bem, um dos melhores filmes da DC/Warner da última década. Seria fundamental apostar em pelo menos 5 indicações, entre elas:

 

  • MELHOR ATRIZ: Afinal, preparamento físico, pouquíssimas cenas com dublês e gravar suas últimas cenas gravida deveriam ser valorizados no mercado cinematográfico atual;
  • MELHOR DIRETOR: Uma mulher que aceita ser a primeira diretora de um filme de super heróis, o mesmo filme que estava sendo roteirizado, alterado, descartado, arquivado e refeito diversas vezes desde 1996. Além de belas cenas de guerra e junção com CGI e personagens reais, interatividade e presente em todas as gravações, se recusando a delegar responsabilidade à sua equipe, colocando em cena sua filosofia e feminismo em todo e qualquer enquadramento, valorizando cada características de seu casting. Seria fantástico seu reconhecimento entre gigantes da direção, indicados este ano;
  • MELHOR ROTEIRO ADAPTADO: Tudo o que precisava dizer sobre o roteiro foi dito nos três primeiros parágrafos;
  • MELHOR FOTOGRAFIA: Afinal, é quase impossível não ser indicado a fotografia quando se tem belíssimos enquadramentos, abertos e fechados, da Itália e Londres. Quase.
  • MELHOR FIGURINO: Vestimentas da década de 20, uniformes militares, couraças estilo greco-romana e espadas nas mãos de mulheres… porque nao deram um lugar no figurino pra esse filme? O Destino de Uma Nação se passa anos depois, não tem couraças greco-romanas e nem mulheres com espada e está indicado, posso saber por que??

 

Enfim, não foi dessa vez que vemos o elenco de Mulher Maravilha no Dolby Theatre. Mas para a nossa alegria, o segundo filme está previsto para ser estreado em Novembro de 2019. Oremos a Zeus para que 2020 seja o ano em que a estatueta sera erguida por uma deusa grega. “Ba Dum Tss”

 

Rafael Peregrino

Musica, filmes e livros me definem. Violão, café, papel e caneta me descrevem. Me fale um assunto e sempre terei algo a dizer. Fazer as pessoas rirem é o motivo da minha alegria